segunda-feira, 17 de junho de 2013

Meu Primeiro Beijo- Antonio Barreto



MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO
LÍNGUA PORTUGUESA


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM DE COMPREENSÃO LEITORA

“MEU PRIMEIRO BEIJO”, de Antonio Barreto

8º e 9º ano do Ensino Fundamental
Professores:


Abaixo seguem questões / atividades para diferentes etapas de uma situação de aprendizagem com foco em leitura, a partir de estratégias explicadas por Roxane Rojo em “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania” (São Paulo: SEE: CENP, 2004)


ETAPA 1 - ANTES DA LEITURA

Olá alunos. Vamos iniciar uma conversa sobre o texto “Meu primeiro beijo”, de Antonio Barreto. Para isso vamos pensar sobre algumas questões:

CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

ATIVAÇÃO DE CONHECIMENTOS DE MUNDO: previamente à leitura ou durante o ato de ler, o leitor está constantemente colocando em relação seu conhecimento amplo de mundo com aquele exigido e utilizado pelo autor no texto. Caso esta sincronicidade falhe, haverá uma lacuna de compreensão, que será preenchida por outras estratégias, em geral de caráter inferencial.

1)    Conversar e perguntar sobre o que o título “Meu primeiro beijo” sugere.

a) Com quantos anos costuma acontecer o primeiro beijo?
b) Isso sempre foi assim?
c) O que você acha que a sua avó pensava sobre o primeiro beijo?
d) E você, se lembra de como aconteceu o seu primeiro beijo?
e) Quando um beijo deve ser dado?
f) Como e com quem deve ser um primeiro beijo?

ANTECIPAÇÃO OU PREDIÇÃO de conteúdos ou propriedades dos textos porque o leitor não aborda o texto como uma folha em branco: a partir da situação de leitura, de suas finalidades, da esfera de comunicação em que ela se dá; do suporte do texto (livro, jornal, revista, outdoor etc.); de sua disposição na página; de seu título, de fotos, legendas e ilustrações, o leitor levanta hipóteses tanto sobre o conteúdo como sobre a forma do texto ou da porção seguinte de texto que estará lendo. Esta estratégia opera durante toda a leitura e é também responsável por uma velocidade maior de processamento do texto, pois o leitor não precisará estar preso a cada palavra do texto, podendo antecipar muito de seu conteúdo. Como dizia Frank Smith (1989), trata-se de um “jogo de adivinhação”.

2)   O que o título sugere? O que pode abordar este texto?

3)   Em um texto como este, o que pode acontecer? Pense em personagens, fatos e cenário. [Nesta questão, um aluno, indicado pelo professor, vai até a lousa e fica responsável por anotar as hipóteses levantadas pela classe (que serão verificadas com a leitura do texto)].

4)        Já leu algum texto de Antonio Barreto? [Neste momento o professor pode falar um pouco da vida e da obra do autor.]

Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em Passos (MG) em 13 de junho de 1954. Tem prêmios nacionais e internacionais de literatura, para obras inéditas e publicadas, nos gêneros: poesia, conto, romance e literatura infantojuvenil. Entre eles Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro - três vezes, oito vezes indicado), Bolsa Vitae de Literatura, Prêmio Remington, Bienal Nestlé de Literatura, Prêmio Minas de Cultura, Prêmio Nacional de Contos do Paraná, Prêmio “Guimarães Rosa” de romance, Prêmio “Emílio Moura” de poesia, Prêmio “Cidade de Belo Horizonte” - poesia e contos, Prêmio “João-de-Barro” de literatura infantil e juvenil, Prêmio “Carlos Drummond de Andrade” e “Manuel Bandeira” de poesia, UBE (SP), UBE (PE), UBE(RJ); Prêmio “Henriqueta Lisboa”, Prêmio “Petrobrás” de Literatura, Prêmio Nacional de Literatura/UFMG, Prêmio Bienal do Livro de BH, Prêmio Bienal Internacional do Livro de SP, Prêmios de “Leitura Altamente Recomendável” para crianças e jovens/FNLIJ-RJ. Atualmente coordena a Coleção “Para Ler o Mundo”, juntamente com Graça Sette, Maria Angela Paulino, da Scipione.

Principais obras publicadas:
·         Poesia: O sono provisório (Francisco Alves, 78); Vastafala (Scipione, 88).
·         Contos: Os ambulacros das holotúrias/Reflexões de um caramujo (UFMG, 90/93).
·         Romance: A barca dos amantes (Lê, 90); A guerra dos parafusos (José Olympio, 93).
·         Infantis e Juvenis: Lua no varal e Isca de pássaro é peixe na gaiola (Miguilim, 87, 89); A noite é um circo sem lona (Record, 87); Livro das simpatias (RHJ, 90); Bombeiros do sol, com Graça Sette (José Olympio, 97); Brincadeiras de anjo, Tem um avião lá fora, O velho pássaro da lua e Balada do primeiro amor (FTD, 87, 87, 96, 97).
·         Crônicas: Transversais do Mundo (Lê, 99)


ETAPA 2 – DURANTE A LEITURA

5)    Agora vamos fazer a leitura do texto. [A sugestão é que o professor forme duplas para a leitura do texto. Enquanto um aluno lê o texto em voz alta, o outro verifica quais as hipóteses sugeridas pela classe. Os agrupamentos serão feitos com um aluno com mais dificuldade e outro com menos dificuldade. A leitura será feita pelo aluno com menos dificuldade; e o aluno com mais dificuldade ficará responsável pela checagem das hipóteses. Após o exercício, o professor fará a checagem das hipóteses na lousa, com a participação de todos os alunos, como um debate.]

CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

CHECAGEM DE HIPÓTESES: Ao longo da leitura, o leitor estará checando constantemente essas suas hipóteses, isto é, confirmando-as ou desconfirmando-as e, conseqüentemente, buscando novas hipóteses mais adequadas. Se assim não fosse, o leitor iria por um caminho e o texto por outro.


ETAPA 3 (EM DIANTE) – DEPOIS DA LEITURA


CAPACIDADES DE DECODIFICAÇÃO
Compreender DIFERENÇAS ENTRE ESCRITA E OUTRAS FORMAS GRÁFICAS; dominar as convenções gráficas; conhecer a natureza alfabética do nosso sistema de escrita; dominar as relações entre grafemas e fonemas; saber decodificar palavras e textos escritos; saber ler reconhecendo globalmente as palavras; ampliar a sacada do olhar para porções maiores do texto que meras palavras, desenvolvendo fluência e rapidez de leitura


ETAPA 4 – LOCALIZAÇÃO E/OU CÓPIA DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

Em certas práticas de leitura (para estudar, para trabalhar, para buscar informações em enciclopédias, obras de referência, na Internet), o leitor está constantemente buscando e localizando informação relevante, para armazená-la – por meio de cópia, recorte-cole, iluminação ou sublinhado – e, posteriormente, reutilizá-la de maneira reorganizada. É uma estratégia básica de muitas práticas de leitura (mas não de outras, como a leitura de entretenimento ou de fruição), mas também não opera sozinha, sem a contribuição das outras que estamos comentando.

6)        Quem é o narrador da história?
7)        Quais os personagens da história?
8)        Onde se passa a história?
9)        Para encontrar uma informação local do texto, identifique: o espaço e tempo do momento do beijo da personagem.
10)      Para encontrar uma informação global do texto, explique a(s) temática(s).
11)      Compare os dois trechos a seguir e explique como eles podem demonstrar a mudança de sentimento das personagens:

“Estávamos virgens no assunto, e morrendo de medo”

“Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo ...”


ETAPA 5: COMPARAÇÃO DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

Ao longo da leitura, o leitor está constantemente comparando informações de várias ordens, advindas do texto, de outros textos, de seu conhecimento de mundo, de maneira a construir os sentidos do texto que está lendo. Para atividades específicas, como as de resumo ou síntese do texto, esta comparação é essencial para medir relevância das informações que deverão ser retidas.

12)      Vamos contar oralmente a história, com a participação de todos. [Aqui o professor pede para que um aluno inicie, depois, cada um pode ir contando uma parte, até a conclusão da narrativa]

13) O primeiro beijo da personagem desta história foi inesquecível. Por quê? Pense como foi. Agora converse com seus colegas e discuta se o primeiro beijo é sempre inesquecível.


ETAPA 6: GENERALIZAÇÕES
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

São conclusões gerais sobre fato, fenômeno, situação, problema, etc. após análise de informações pertinentes. Uma das estratégias que mais contribui para a síntese resultante da leitura é a generalização exercida sobre enumerações, redundâncias, repetições, exemplos, explicações etc. Ninguém guarda um texto fielmente na memória. Podemos guardar alguns de seus trechos ou citações que mais nos impressionaram, mas em geral armazenamos informações na forma de generalizações responsáveis, em grande parte, pela síntese.

14)      Considerando o trecho: “as contas do telefone aumentaram, depois diminuíram ... e foi ficando isso.” O que podemos sugerir sobre a relação entre o tempo e a paixão?

15)      A partir da história contada pelo texto, o que podemos concluir sobre a idealização do primeiro beijo e as paixões adolescentes?

16)      Como a linguagem do texto foi elaborada? Qual o tratamento dado a ela? Analise-a a partir dos exemplos abaixo:

“ _ Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia?”
“ _ Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão.”


ETAPA 7: PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS LOCAIS
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

No caso de uma lacuna de compreensão, provocada, por exemplo, por um vocábulo ou uma estrutura desconhecidos, exerceremos estratégias inferenciais, isto é, descobriremos, pelo contexto imediato do texto (a frase, o período, o parágrafo) e pelo significado anteriormente já construído, novo significado para este termo até então desconhecido.

17)      Qual o significado de “perdigotos” (10º parágrafo) no texto?


ETAPA 8: PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS GLOBAIS
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

Nem tudo está dito ou posto num texto. O texto tem seus implícitos ou pressupostos que também têm de ser compreendidos numa leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança mão, ao mesmo tempo, de certas pistas que o autor deixa no texto, do conjunto da significação já construída e de seus conhecimentos de mundo, inclusive lógicos.

18)      Por que o rapaz é chamado de “cultura inútil” (1º parágrafo)? Qual o sentido desta expressão no texto?


CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

ETAPA 9: RECUPERAÇÃO DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO TEXTO

Para interpretar um texto discursivamente, é preciso situá-lo: Quem é seu autor? Que posição social ele ocupa? Que ideologias assume e coloca em circulação? Em que situação escreve? Em que veículo ou instituição? Com que finalidade? Quem ele julga que o lerá? Que lugar social e que ideologias ele supõe que este leitor intentado ocupa e assume? Como ele valora seus temas? Positivamente? Negativamente? Que grau de adesão ele intenta? Sem isso, a compreensão de um texto fica num nível de adesão ao conteúdo literal, pouco desejável a uma leitura crítica e cidadã. Sem isso, o leitor não dialoga com o texto, mas fica subordinado a ele.

19)      a) Em qual obra este texto foi publicado?
b) Quais capítulos antecedem e sucedem este texto?
c) Quem é o autor? O que ele costuma escrever?
d) Qual o público alvo para esta obra?

ETAPA 10: DEFINIÇÃO DE FINALIDADES E METAS DA ATIVIDADE DE LEITURA
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Todo o controle do processo de leitura, da ativação de estratégias ou do exercício de capacidades está subordinado às metas ou finalidades de leitura impostas pela situação em que o leitor se encontra. Ler para estudar, trabalhar, entreter-se, fruir esteticamente do texto, buscar informação, atualizar-se, orientar-se. Não há leitura, a não ser, por vezes, a leitura escolar, que não seja orientada a uma finalidade da vida.

ETAPA 11: PERCEPÇÃO DE RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

No nível temático: Ler um texto é colocá-lo em relação com outros textos já conhecidos, outros textos que estão tramados a este texto, outros textos que poderão dele resultar como réplicas ou respostas. Quando esta relação se estabelece pelos temas ou conteúdos abordados nos diversos textos, chamamos a isso intertextualidade.

20) Em que outros locais ou situações vocês já viram discussões sobre a temática do primeiro beijo?

21) Leia o texto abaixo:

tira115

a)    O que acontece no primeiro quadro?
b)    O que poderemos ter depois? Quais os indícios que levam a pensarmos isto?
c)    O que acontece no segundo quadrinho? O que teremos no terceiro?
d)    O que aconteceu no terceiro?
e)    Como podemos identificar uma narrativa? Quais elementos estão presentes neste texto que levam a esta constatação?
f)     O que aconteceu com o sapo? E com a Magali?
g)    Compare o semblante dela no primeiro e no último quadrinho. Qual sentimento(s) revela? Há mudanças? Explique.
h)   Percebemos que há passagem de tempo? Como está demarcada?
i)     Por que há humor? O que gera o riso?
j)      A qual gênero textual pertence? Quais suas características? Sua função?
k)    É possível notar, pela leitura, uma relação de intertextualidade. Qual é?
l)     A história parece ser atualizada. De que forma?
m)  Como o beijo está representado? Compare com o texto gerador que lemos em aulas anteriores.

22) Agora ouviremos a música “Já sei namorar” dos Tribalistas. Quais semelhanças existem entre a letra da música e o texto lido?


Já Sei Namorar
Tribalistas


Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta sonhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Já sei namorar
Já sei chutar a bola
Agora só me falta ganhar
Não tenho juízo
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser feliz



Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também


Tô te querendo
Como ninguém
Tô te querendo
Como Deus quiser
Tô te querendo
Como eu te quero
Tô te querendo
Como se quer



23)      A partir da comparação da linguagem predominante nos três textos, compare-as e apresente suas principais características. A que gênero discursivo eles pertencem? Quais suas funções? Como o tema é abordado?

24)      Sugestão de filmes:

Meu Primeiro Amor (1991; dirigido por Howard Zieff; com Anna Chlumsky, Macaulay Culkin, Dan Aykroyd)

Falando grego (2009; dirigido por Donald Petrie; com Nia Vardalos, Richard Dreyfuss, Maria Adanez, Sheila Bernette, Maria Botto, Rachel Dratch, Alexis Georgoulis)

A verdade nua e crua (2009; dirigido por Robert Luketic; com Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner)


ETAPA 12: PERCEPÇÃO DE RELAÇÕES DE INTERDISCURSIVIDADE
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

No nível do discurso: Perceber um discurso é colocá-lo em relação com outros discursos já conhecidos, que estão tramados a este discurso. Quando esta relação se estabelece, então, num dado texto, como por exemplo, nas paródias, nas ironias, nas citações, falamos de interdiscursividade.

ETAPA 13: PERCEPÇÃO DE OUTRAS LINGUAGENS
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Percepção de outras linguagens (imagens, som, imagens em movimento, diagramas, gráficos, mapas etc.) como elementos constitutivos dos sentidos dos textos e não somente da linguagem verbal escrita.

ETAPA 14: ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES ESTÉTICAS E/OU AFETIVAS
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Ao ler, replicamos ou reagimos ao texto constantemente: sentimos prazer, deixamo-nos enlevar e apreciamos o belo na forma da linguagem, ou odiamos e achamos feio o resultado da construção do autor; gostamos ou não gostamos, pelas mais variadas razões. E isso pode, inclusive, interromper a leitura ou levar a muitos outros textos.

25)      Leia as imagens abaixo. Como elas se relacionam com a nossa realidade? O que elas expressam? A qual contexto histórico nos remetem? Como se dá o pensamento da humanidade ao longo dos anos?
Francesco Hayez – Séc XIX
Antes dessa imagem não se via com frequência registros de beijos na arte ocidental
Fotografia famosa de beijo no final da Segunda Guerra Mundial em Nova Iorque
ETAPA 15: ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES RELATIVAS A VALORES ÉTICOS E/OU POLÍTICOS
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos: Mas também discutimos com o texto: discordamos, concordamos, criticamos suas posições e ideologias. Avaliamos os valores colocados em circulação pelo texto e destes, são especialmente importantes para a cidadania, os valores éticos e políticos. Esta capacidade é que leva a uma réplica crítica a posições assumidas pelo autor no texto.


26) Leia a tirinha abaixo e faça um debate com os colegas:

http://wordsofleisure.files.wordpress.com/2012/09/386031_422119204502789_1718266535_n.jpg?w=660

a)    O que dá o tom de humor à tira?
b)    Qual a crítica feita pela Mafalda?


27) Leia o texto: “7 FATOS SOBRE O BEIJO”, da Revista Capricho.

7 FATOS SOBRE O BEIJO

Na Grécia Antiga, nível social determinava onde seria o beijo
Na Grécia dos anos 300 a.C., pessoas da mesma classe podiam se beijar no rosto ou na boca, mas se fosse alguém de status superior era mais indicado um beijo na mão. Também se beijava deuses gregos por meio de obras de arte: as pessoas esfregavam as pontas dos próprios dedos nos lábios e tocavam na imagem. Esse tipo de beijo é uma demonstração de amizade usada na Grécia até hoje.

O beijo de noivado garantia direitos jurídicos
O beijo que selava o compromisso de noivado surgiu na Roma Antiga e garantia à mulher os direitos jurídicos determinados pelo Império. Além disso, transferia legalmente a posse dos presentes de casamento para o casal – se a celebração transcorresse sem beijos por algum motivo, eles teriam de ser devolvidos.

Alguns povos morrem de nojo de beijar
Beijar não é uma coisa que agrada a todo mundo. A tribo dos thonga, na África do Sul, jamais beija na boca e acha isso repulsivo. Outro povo de lá, os chewa, fica enojado com a idéia de “engolir a saliva de outra pessoa”. Muitos têm essa reação porque vêem a boca como a fonte da vida, o local onde uma alma imortal habita – e essa alma pode se contaminar facilmente se o dono não for cuidadoso. Há tribos nômades da Etiópia que, embora considerem os lábios uma parte sensual do corpo, não sentem vontade de colá-los em outros – até porque os adornos enormes que eles usam dificultam isso.

Em certos lugares, o “beijo” consiste em passar a mão nas axilas do companheiro
Enquanto há culturas em que as pessoas não economizam beijos, há os que nem sequer usam os lábios nas suas interações pessoais. Os polinésios, maoris e inuits preferem usar os narizes. Os índios de uma tribo isolada no Equador, os cayapas, simplesmente cheiram a mão dos amigos ao cumprimentá-los. E pasme: o “beijo” de despedida de uma tribo da Nova Guiné consiste em passar a mão na axila do companheiro e em seguida esfregar o cheiro dele por todo o seu.

Os namorados arrancam sangue um do outro durante a prática em certas tribos
Enquanto alguns povos não são nada beijoqueiros blasé, os casais das Ilhas Trobriand, no Pacífico Sul, manifestam uma paixão violenta. Antropólogos observaram, em 1929, que eles passavam horas numa espécie de jogo selvagem: mordiam os lábios um do outro até que sangrassem, davam dentadas nas bochechas e abocanhavam nariz e queixo. Nessa hora, ouviam-se expressões como “beba meu sangue” e “arranque meu cabelo”. Eles ainda arrancavam os cílios dos parceiros a mordidas.

O ritual da beijação
Se existem aqueles que proíbem, há povos que celebram a prática. Um povoado chamado Banjar Kaja Sesetan, na Indonésia, faz um festival anual chamado Med-medan. Ao som de um canto ritual, fileiras de moços e moças ficam frente a frente, formando pares, e o primeiro da fila beija quem estiver na sua frente até um ancião jogar água para separar o casal. Calma, não é todo mundo beijando todo mundo. Quem se beijou primeiro vai para o fim da fila e o ritual se repete até que todos os casais tenham ocupado a primeira posição. O objetivo é proteger o lugar de perigos inesperados e só os jovens podem participar.

No Brasil do século 18, a demonstração de afeto era o beliscão
No século 18, em Portugal e, muito provavelmente, também no Brasil, uma expressão de amor bastante difundida era o beliscão. Entre os recém-conhecidos, era de bom tom beliscar “de pincho”, aplicando levemente a torção sobre a pele. Para os mais íntimos valia o beliscão “de estorcegão”, também conhecido como “enérgico”. A moda era tão forte que houve quem discutisse a necessidade de construir divisórias no interior das igrejas para impedir beliscões durante a missa. Os estudiosos desse gesto associam-no ao “namoro camponês”. Beliscões, pisadas de pé e mútuos estalos de dedos consistiam em rituais que simbolizavam a dura vida rural.

(Fonte: Artigo Publicado no Site da Revista Super Interessante em
21 de julho de 2010 - Jornalista: Ana Carolina Prado)



a) Faça uma reflexão sobre a construção cultural e os símbolos criados em torno do beijo.
b) Quais semelhanças e/ou diferenças vocês perceberam entre a história de Antonio Barreto, a matéria, a música, as tirinhas e as fotos?
c) Considere a linguagem predominante nos textos. Quais semelhanças e diferenças?
d) Compare os beijos de antigamente com os atuais. Quais as semelhanças e diferenças do comportamento humano?
e) De que forma o beijo foi abordado nos diversos textos lidos por nós?

... propostas e propostas de produção de texto...